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  • Pr. Manolo Damasio

33 - Proatividade: a verdadeira liberdade está na escolha

A biologia proporciona momentos interessantes de meditação e reflexão. Como todo ser humano é feito sob princípios, tudo em nossa vida é uma questão de princípios. Tudo tem uma unidade estrutural e funcional sem a qual nada existe. Tal afirmativa tanto é verdadeira para a existência de qualquer coisa criada como para a existência do todo, do Universo. A maior prova disso é que:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Todas as coisas foram feitas por inter- médio dEle e, sem Ele, nada do que foi feito se fez. A vida estava nEle e a vida era a luz dos homens.” (João 1:1-4).

Imagine a vida sem Cristo, o Verbo que se fez carne! Impossível! Partindo desse princípio, voltemos à biologia do corpo do ser humano. Somos formados de células.


No princípio de tudo, há apenas uma célula; ela é o resultado da fusão de um gameta masculino chamado espermatozóide, com um gameta feminino chamado óvulo. Da célula inicial, que em biologia se chama ovo ou zigoto, vão se formando outras células; e dessas, mais outras. Segue assim, até que se formam os tecidos, que são sociedades de células. No entanto, para formar um tecido, não basta haver apenas um grupo de células; elas precisam ter uma identidade; algo que as torne dependentes umas das outras e, ao mesmo tempo, co-responsáveis pela existência de sua sociedade, o tecido.

Na composição dos tecidos do corpo humano, as células têm basicamente o mesmo tamanho, não sendo uma maior que a outra. Elas se contentam com sua área territorial “sabendo” que, se crescerem demais, vão atrapalhar a área das outras. Também, o interessante é que cada célula produz o suficiente para si mesma e um pouco de sobra.


Dessa sobra, ela armazena uma certa quantidade como provisão para si mesma e, o restante, libera no meio intercelular para que seja utilizado por outras células carentes. Como, em um tecido, as células estão sempre em estágios diferentes de seu ciclo vital, umas necessitam das outras porque, em determinadas épocas, podem produzir pouco ou muito.

As sociedades de células formam vários tipos de tecidos. Eles seriam um tipo de grupos sociais. Esses grupos sociais diferentes, mas unidos, formam os órgãos e sistemas. Aí, um grupo ajuda o outro para que os órgãos e os sistemas funcionem perfeita- mente.

De uma maneira geral, há sinergismo nessas sociedades. É como se a célula sentisse. E realmente ela “sente” que uma depende da outra; assim, somente seguirão vivendo caso se ajudem mutuamente. Nesse caso, como o Criador Se revela em Suas obras, podemos dizer que, no que concerne à construção do nosso corpo, podemos parafrasear João 1:1 e 2 e dizer: “No princípio era a célula, e todos os tecidos foram feitos por intermédio das células e sem elas, não existiria o ser humano. A vida está na célula e a célula é a unidade estrutural dos tecidos, órgãos e sistemas.”

Nem tudo, porém, são flores nessas sociedades. Há ocasiões em que, por diversos fatores, uma célula contaminada (por radiação, radicais livres, oxidação ou toxinas alimentares) pode mudar toda essa harmo- nia e, quebrando o equilíbrio, trazer dor e infelicidade para todo o tecido. É o caso da célula que sofre uma modificação em seus genes, tornando-se mutante, no dizer da biologia. Como a mutação ocorre dentro do núcleo, e o núcleo é o “cérebro” da célula, podemos dizer que a contaminação mudou a “forma de pensar” da célula.


Às vezes, as mutações são tão violentas que as células se autodestroem. Outras vezes, elas começam a crescer e ocupar espaços que não lhes eram designados. Por vezes, para sustentar seu crescimento, essas células mutantes capturam tudo o que as outras células normais produzem e, por vezes, começam a destruí-las para se alimentarem de suas sobras. Em seguida, a célula mutante gera células filhas, tão desgovernadas quanto elas, e estas também geram outras, até que se instala um tumor. Nesse momento, não somente a sociedade dos tecidos está sendo atingida, mas os órgãos também pagam um alto preço. A célula mutante é um grande exemplo de egoísmo. O tumor, que destrói tudo, é o resultado da quebra do princípio organizador dessa sociedade. Chamamos isso de doença! É assim que se forma o câncer, e ele é sinônimo de morte!



Pensando na estrutura social

O termo “tecido social” é bem empregado quando se quer falar sobre a organização da sociedade humana. Nesse sentido, o ser humano seria uma célula da sociedade; o tecido seria a associação mais primária e básica entre as células – a família. Os órgãos seriam as comunidades formadas pelas famílias, e daí por diante. Percebe-se logo que, se a sociedade humana seguisse o exemplo das células, teríamos harmonia e não haveria tantas mazelas.

É fato inegável que a sociedade humana está cada vez mais desestruturada, mais caótica. Isso acompanha também a desestruturação da sociedade celular. A contaminação do pecado atingiu em cheio tanto uma quanto a outra forma de sociedade. Dessa maneira, nosso grande inimigo (Satanás) procura desorganizar a sociedade celular porque sabe que, se assim o fizer, causará a desintegração do corpo humano. Por outro lado, como o homem é a célula da sociedade e a família por ele formada é o esteio, a estrutura funcional da sociedade, Satanás sabe que, adoecendo o homem, adoecerá a família e, como conseqüência, a própria sociedade.

Em seu plano sórdido, Satanás tenta destruir a família. Ele tem avançado muito nos lares em que as pessoas se tornam egoístas e passam a competir entre si por coisas muito mesquinhas como, por exemplo, a lide- rança. O individualismo, o sentimento de independência e o egoísmo têm sido um câncer para a família e para sociedade atual. Pais e filhos se digladiam; marido e mulher também, só porque não param e vivem uns em função dos outros, procurando o bem comum. Além de tudo, quando as coisas dão errado, ninguém se apressa em admitir a própria culpa.


Proatividade — Uma antiga solução hoje redescoberta

Em seu livro Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes, lançado no Brasil, pela Editora Best Seller, Atephen R. Covey traça um caminho que passa da total dependência para a independência e, daí, para a interdependência. Ele começa abordando o desejo instintivo de ser líder, muito comum entre os animais. Tal desejo, por vezes levado a extremos, tem contri- buído para a desagregação da família.

As pressões do ser e do ter, a competitividade da vida moderna e a rápida mudança de costumes perpetrada por certos setores da mídia contribuem para que o homem, com os nervos à flor da pele, tenha grande dificuldade nos relacionamentos.

O ser humano, por outro lado, e em particular os cristãos, têm-se deparado com uma solução bíblica eficaz para resolver os problemas de relacionamento dentro da família e da sociedade como um todo: é a orientação bíblica de amarmos aos outros como a nós mesmos. Na verdadeira acepção do termo, quando conseguimos isso, estamos a caminho de nos tornarmos proativos, o primeiro passo para a interdependência e a estabilidade social.

Mas o que é um ser proativo? E o que significa uma família proativa? O proativo é o indivíduo que toma decisões baseadas em valores e princípios e não em emoções, e sob certas condições.

Todos sabemos que entre um estímulo e uma resposta há um pequeno tempo onde poderemos exercer nossa liberdade de escolha. É aí que escolhemos de que forma responder. Se dermos a resposta certa, obviamente seremos os melhores beneficiados.

Por outro lado, se a resposta for agressiva, desres- peitosa, viril e descabida, poderemos até obter uma pequena vitória na guerra dos argumentos, porém, certamente perderemos terreno no coração do interlocutor.

Para ser proativa, a pessoa deverá desenvol- ver e utilizar quatro singulares dons humanos: AUTOCONSCIÊNCIA, CONSCIÊNCIA, IMAGINAÇÃO E VONTADE INDEPENDENTE. Sob esses aspectos, um indivíduo poderá fazer tão grande mudança em sua forma de ser e de se relacionar, que opte por não ser mais vítima, nem reativo, nem ainda viver arranjando culpados para tudo o que lhe acontece.

Um ser proativo é aquele que ama incondicional- mente, que tem seu foco no servir; que perdoa e até desculpa aquele que lhe faz algum mal; que tem sempre um objetivo claro em sua mente e que sabe onde quer chegar.

Para ser proativo é preciso travar grandes batalhas contra si mesmo, suas inclinações, seus repentes. É preciso aprender a pedir desculpas e a respirar e contar até 10 antes de responder a um insulto, sabendo que a “resposta branda desvia o furor”.

E você? Está consciente de que, para mudar a socie- dade é preciso ser proativo? Um proativo pode tornar sua família proativa. A família proativa pode ser o verdadeiro esteio da sociedade, pois, numa família assim, todos querem viver. Nela há segurança nos rela- cionamentos, há carinho, há paz e afetividade. Acima de tudo, há crescimento espiritual e, com ele, todos os outros tipos de crescimento que possam ser aspirados licitamente pelos humanos. No entanto, para que isso ocorra, é necessário que alguém escolha implemen- tar as mudanças, a começar de si mesmo, sem forçar mudanças nos outros. Tudo é uma escolha!

Na vida do cristão proativo, é freqüente o retirar-se para a solidão do seu próprio eu, a fim de examinar o coração e os propósitos. Em seguida, submeter a Cristo todas as vontades, paixões e dúvidas. Acima de tudo, deixar sua oferta diante do altar e ir, depressa, reconciliar-se com seu próximo. O cristão proativo respeita a liberdade dos outros. É um cidadão do Reino Celestial vivendo aqui na Terra e, por isso, ele faz a diferença!


É saudável ser proativo

Com base em tudo o que você leu, colha exemplos da célula como elemento proativo e de Cristo como o Proativo Modelo; misture com as qualidades registradas anteriormente e trace um plano para mudar você mesmo, em prol da saúde de sua família e de sua sociedade.

Elabore uma lista de dificuldades pessoais a vencer e outra de objetivos a alcançar. Tome tempo para isso. Ore. Acima de tudo, lembre-se de que um proativo deve ser sincero consigo mesmo, com Deus e com a sociedade.

Lembre-se: Para ser um cristão proativo, o segredo é saber que...


Quando o amor de Cristo se encontra no coração, como um suave perfume, esse amor não pode ficar escondido. Sua santa influência será sentida por todos aqueles com quem entramos em contato. O espírito de Cristo no cora- ção é como fonte no deserto, que ali está para refrigerar a todos, despertando nas pessoas desfalecidas o desejo de beber da água da vida. No coração renovado pela graça divina, todas as ações são feitas por amor. Ele modifica o caráter, governa os impulsos, as paixões, a inimizade e torna mais nobres as afeições. Esse amor faz com que a vida se torne mais amena e espalha ao redor uma influ- ência de bondade. – Caminho a Cristo, págs. 77 e 59.



 

Essa semana exigirá uma certa dose de humildade para reconhecermos certas limitações.


Que a graça de Deus produz em nós tanto o desejo da mudança quanto a força para realizá-la.


 


A diferença é a oração

“A oração é a resposta para cada problema da vida. Ela nos põe em sintonia com a sabedoria divina, a qual sabe como ajustar cada coisa perfeitamente. Às vezes, deixamos de orar em certas circunstâncias porque, a nosso ver, a situação é sem esperança. Mas nada é impossível com Deus. Nada é tão emaranhado que não possa ser remediado, nenhuma relação humana é tão tensa que Deus não possa trazê-la à reconciliação e à compreensão; nenhum hábito é tão profundamente enraizado que não possa ser vencido; ninguém é tão fraco que Ele não possa tornar forte. Ninguém é tão doente que Ele não possa curar. Nenhuma mente é tão obscura que Ele não possa tornar brilhante. Se alguma coisa nos causa preocupação ou ansiedade, paremos de propagá-la e confiemos em Deus por restauração, amor e poder.” Review and Herald, 7 de outubro de 1865.



Fonte: 2 Seminário de Enriquecimento Espiritual, DSA 2017.

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