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Pr. Manolo Damasio

27 - A vida no campo

Para Vicente, os dias não iam muito bem depois que recebeu o diagnóstico de câncer com metástases em boa parte de seu corpo. Sentia um mal-estar intenso e o vômito era um agravante, pois saía algo escuro e estranho de dentro dele. Por vezes, ele se perguntava sobre o “porquê” e “como” viera a ter tal doença. Os dias seguintes à cirurgia que havia permitido o fatídico diagnóstico foram de sofrimento, incertezas e espera, até que tomou uma decisão que requereria grande esforço pessoal.


Queria morar em um local o mais próximo possível da natureza. Seus familiares prontamente o removeram da cidade grande para o campo. Foi o bastante para a vida começar a mudar. Agora, cheio de vitalidade e renovada esperança de viver, Vicente caminha por um bom tempo em meio à vegetação, nem se importando com catéteres e ataduras ainda pendurados em seu corpo.


A alegria enche-lhe o coração de otimismo e força. A fé em seu Criador renova-se a cada dia e ele tem, sim, uma nova oportunidade de viver, encontrada nas coisas simples que revelam a grandiosidade do Deus infinito.

Ellen White, pela palavra da inspiração, apresenta o contraste marcante entre a vida no campo e a vida nos grandes centros urbanos:

E para os que são fracos em poder moral, as cidades enxameiam de perigos. Nelas, os doentes que têm apetites não naturais a vencer se encontram continuamente expostos à tentação. Eles necessitam ser colocados em novos ambientes, onde haja novo rumo à corrente de seus pensamentos; precisam ser postos sob influências inteiramente diversas das que lhes infelicitaram a vida, e por algum tempo afastados de tudo que desvia de Deus, para uma atmosfera mais pura. O quanto possível, todos os que estão procurando recuperar a saúde se devem colocar num ambiente campestre, onde possam fruir os benefícios da vida ao ar livre.
A natureza é o médico de Deus. O ar puro a alegre luz solar, as belas flores e árvores, os belos pomares e vinhas e o exercício ao ar livre nessa atmosfera são transmissores de saúde – o elixir da vida.
Os médicos e enfermeiras devem estimular os pacientes a estarem demoradamente ao ar livre. A vida assim é o único remédio de que muitos inválidos necessitam. Possui maravilhoso poder para curar doenças causadas pelas irritações e excessos da vida moderna, vida que enfraquece e destrói as energias do corpo, da mente e da alma.
Quão aprazíveis, para os enfermos cansados da vida da cidade, do ofuscante clarão das muitas luzes e do ruído das ruas, são o sossego e a liberdade do campo! Com que sofreguidão se volvem eles para as cenas da natureza! Com que prazer se sentariam fora para fruir a luz solar e respirar o perfume das árvores e das flores! Há vivificantes propriedades no bálsamo do pinheiro, na fragrância do cedro e do abeto, e outras árvores que têm também propriedades curadoras.
Em caso de doença crônica, nada influi mais para o res- tabelecimento da saúde e felicidade do que viver no meio das atraentes cenas do campo. Aí, os mais enfraquecidos enfermos podem sentar-se ou estar deitados à luz do Sol ou à sombra das árvores. Basta-lhes levantar os olhos para verem sobre si a folhagem magnífica. Uma suave sensação de repouso e alívio os envolve quando ouvem o murmúrio da brisa. Os espíritos abatidos revivem. As forças que se esgotavam se refazem. Inconscientemente, o espírito inunda-se de paz, e o pulso febril torna-se mais calmo e regular. À medida que os doentes se fortalecem, vão-se aventurando a dar alguns passos para colher delicadas flores, preciosas mensageiras do amor de Deus à Sua família sofredora neste mundo. – Ciência do Bom Viver, págs. 264 e 265.

A natureza é o médico de Deus. O que isto quer dizer para você? Responda em oração a Deus. Fale que, de agora em diante esse assunto vai receber maior atenção em sua apertada agenda.


Atividades ao ar livre

Reconhecidamente, a qualidade de vida que des- frutamos no campo é muito melhor que aquela das grandes cidades. No entanto, a vida dos enfermos no campo não deve ser apenas contemplativa. A saúde requer movimento e algumas atividades são de fundamental importância; dentre elas, destaca-se o plantar e colher. Isso lhes transmite vida e revigora as forças.

Devem ser feitos planos a fim de conservar os doentes ao ar livre. Procurai alguma ocupação agradável e fácil para os que podem trabalhar. Fazei-lhes compreender quão agradável e salutar é esse trabalho ao ar livre. Entusiasmai-os a encher os pulmões com ar puro. Ensinai-os a respirar fundo e a exercitar os músculos abdominais quando respiram e falam. Eis um hábito que lhes será de valor incalculável.


O exercício ao ar livre devia ser prescrito como necessidade vital. E para tal exercício nada há melhor do que o cultivo do solo. Dai aos pacientes canteiros a cultivar, ou fazei-os trabalhar no pomar ou na horta. Levando-os assim a deixar seus quartos e a passar o tempo ao ar livre, a cultivar flores ou a fazer algum outro trabalho leve e agradável, sua atenção será afastada de si mesmos e de seus sofrimentos.

Quanto mais o paciente puder ser conservado ao ar livre, de menos cuidados necessitará. Quanto mais agradável for o ambiente, mais se encherá de ânimo. Encerrado numa casa, embora elegantemente mobiliada, torna-se nervoso e sombrio.


Rodeai-o das coisas da natureza, colocai-o onde possa ver desabrochar as flores e ouvir trinar os pássaros, e então seu coração cantará em uníssono com as canções das aves. O corpo e a alma experimentarão alívio. A inteligência despertará, a imaginação será estimulada, e prepa- rado o espírito para apreciar a beleza da Palavra de Deus.


Ao ar livre, no meio das coisas que Deus criou, respirando ar puro e sadio, falar-se-á melhor ao doente da vida nova em Cristo. Aí poderá ser lida a Palavra de Deus, e a luz da justiça de Cristo brilhará em corações entenebrecidos pelo pecado. – Ciência do Bom Viver, pág. 267.


Se a vida no campo favorece tão positivamente os enfermos, então ela também não será bastante positiva para os que estão sadios?

É claro que muitas pessoas estão de tal maneira presas à vida nas grandes e médias cidades que já não se sentem com qualquer esperança de um dia virem a se libertar dessa vida profundamente estressante. Contudo, o bom é não desanimar. Para todos, o ideal é iniciar uma estratégia para sair dos grandes centros. Isso deve ser, entretanto, muito bem planejado. Não devem ser tomadas atitudes intempestivas e apres- sadas.


Deve-se orar muito e pedir a Deus que mostre uma oportunidade. Ao mesmo tempo, podem-se tomar providências a médio e a longo prazos para que isso aconteça. Até esse fato tornar-se realidade, convém estar com a família no campo, o maior número de vezes possível.

Para os pais que ainda têm crianças pequenas, os piqueniques, as visitas a estações de preservação ambiental, a um sítio ou fazenda de amigos, a uma praia distante, podem ser oportunidades excepcionais de mostrar a Deus na natureza e ensinar às crianças a valorização das coisas que nela existem.

Pare agora para meditar. Descreva, abaixo, o lugar dos seus sonhos em meio à natureza. Tome tempo para orar a Deus e contar-Lhe seus planos. Peça que Ele lhe dê a oportunidade de viver em um cantinho em meio à natureza.


Deus cuida de tudo, sustentando todas as coisas que criou. Aquele que mantém os incontáveis mundos através da imensidão do Universo, ao mesmo tempo atende as necessidades do pequeno pardal que, confiante, solta o seu humilde gorjeio. O Pai celeste observa com ternura cada um de Seus filhos quando saem para o seu trabalho diário, assim como quando se entregam à oração; quando repou- sam à noite, e quando se levantam pela manhã; quando o rico se banqueteia em seu palácio, ou quando o pobre reúne seus filhos em torno da mesa escassa. Nenhuma lágrima é derramada sem que Deus saiba. Não há sorriso que Ele não perceba. – Caminho a Cristo, pág. 86.


 

Peça a Deus que lhe dê uma visão mais apropriada do que Ele deseja para a Sua vida...

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A diferença é a oração

“A oração é a resposta para cada problema da vida. Ela nos põe em sintonia com a sabedoria divina, a qual sabe como ajustar cada coisa perfeitamente. Às vezes, deixamos de orar em certas circunstâncias porque, a nosso ver, a situação é sem esperança. Mas nada é impossível com Deus. Nada é tão emaranhado que não possa ser remediado, nenhuma relação humana é tão tensa que Deus não possa trazê-la à reconciliação e à compreensão; nenhum hábito é tão profundamente enraizado que não possa ser vencido; ninguém é tão fraco que Ele não possa tornar forte. Ninguém é tão doente que Ele não possa curar. Nenhuma mente é tão obscura que Ele não possa tornar brilhante. Se alguma coisa nos causa preocupação ou ansiedade, paremos de propagá-la e confiemos em Deus por restauração, amor e poder.” Review and Herald, 7 de outubro de 1865.



Fonte: 2 Seminário de Enriquecimento Espiritual, DSA 2017.

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