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  • Pr. Manolo Damasio

21 - Aprendendo a lidar com as emoções (parte 2)

“Tem compaixão de mim, pois me sinto fraco. Dá-me saúde, pois meu corpo está abatido, e a minha alma está muito aflita. Ó Deus, quando virás me curar? Vem salvar a minha vida, ó Senhor Deus! Por causa do Teu amor, livra-me da morte.” Salmo 6:2-4.


“Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas dentro de mim?” Salmo 42:5.

A expressão do hebraico traduzida em português como “estar abatido” significa, literalmente, “curvar-se até embaixo”, “sentar-se no chão como um pranteador”, e “incli- nar-se totalmente em profundo gemido e lamento”.


Com essas palavras, o salmista demonstra toda a sua tristeza e perturbação, compartilhando momentos de infelicidade e também as circunstâncias que estavam contribuindo para isso.


Em nossos dias, muitas pessoas passam por experiências semelhantes às do escritor sacro. Com freqüência, chegam aos consultórios pessoas infelizes, desanimadas, sem alegria para nada. Freqüentemente cansadas, mas sem nenhuma doença física que possa explicar tais sintomas. Fatos da vida cotidiana que antes eram fonte de prazer, agora parecem não ter significado algum. Estão sofrendo de um mal muitas vezes incompreendido, a depressão.


As principais características que servem para reconhecer o estado depressivo são: alterações no peso, excesso ou falta de sono, lentidão ou agitação mental e física, fadiga ou perda de energia, sentimentos de menos valia e culpa, capacidade de concentração diminuída e pensamentos sobre morte.


No salmo 102 há um relato vívido de alguém que passava por um estado depressivo:


“Não Te escondas de mim nesta hora de tanta angústia!... Estou ardendo em febre; meu coração está fraco, sem vigor como uma planta seca. Perdi a vontade de comer! Emagreci a ponto de os ossos aparecerem, de tanto que chorei e gemi de dor! Vivo sozi- nho... Não consigo dormir... Meus inimigos me ofendem a toda hora; furiosos, eles zombam de mim e ameaçam me matar. Minha comida tem gosto de cinza e as lágri- mas se misturam com a minha bebida... Minha vida é como uma sombra que some depressa, quando o Sol se põe; estou murchando como uma plantinha qualquer.” Salmo 102:2-11, BV.

De forma geral, a depressão reduz o desempenho individual em relação às funções social e econômica, afetando o relacionamento familiar e conjugal.


Segundo a Organização Mundial de Saúde, 5% das pessoas têm depressão, e 10 a 20% vão sofrer de depressão. Cerca de 25% das mulheres e 10% dos homens vão sofrer de depressão em algum momento. De 40% a 60% dos suicídios têm causa depressiva.


Os homens depressivos suicidam-se quatro vezes mais que as mulheres. O impacto da depressão é freqüentemente subestimado, tanto em termos do sofrimento pessoal como da responsabilidade econômica para o serviço de saúde e da comunidade.

Ela ocorre, de forma geral, como resultado das interações negativas da pessoa com seu ambiente, pois alteram o seu equilíbrio orgânico. O estresse, uma perda importante, doenças físicas, decepções e o uso de alguns medicamentos ou drogas são reconheci- dos como as principais causas que podem induzir às alterações nos níveis hormonais, provocando a depressão.



Mitos sobre a depressão


1. Depressão é sinal de fraqueza

“Se ela realmente quisesse, ela poderia sair dessa depressão.” ou “Ela tem um caráter forte. Vai sair dessa.” A depressão é um quadro clínico e não uma fraqueza de caráter.


2. É melhor não perguntar sobre a depressão

“Só piora as coisas.” Se fosse assim, seria impossível tratá-la. Demonstrar sensibilidade e compreensão dentro dos limites possíveis e dedicar-se à pessoa deprimida do mesmo modo que se dedica a uma pessoa fisicamente doente são as atitudes corretas.


3. Ter vida social ou trabalho mais intensos

“Se ele sair mais, logo vai se sentir melhor.” ou “Se me envolver no trabalho, a depressão vai embora.” Os deprimidos encontram-se tão ou mais incapa- citados que aqueles com outras doenças crônicas (hipertensão, artrite e diabetes mellitus), sendo que a função social é uma das mais comprometidas nesses indivíduos.


4. Ter família bem estruturada e bom trabalho

“Não sei por que ela está deprimida. Ela tem um ótimo emprego e um marido maravilhoso. A vida dela é bem mais fácil que a minha.” Devemos lembrar que o ser humano é único e precisamos aprender a respeitar cada um em suas diferenças e fraquezas.


5. Duvidar de que a pessoa não é capaz de atentar contra a vida

“Sei que ele está muito deprimido e falou em morte, mas ele não vai se suicidar. Ele não é disso.” Grande número dos suicídios (cerca de 70%) aconteceram em momentos de crises depressivas. Portanto, deve-se ficar atento à pessoa deprimida, mantendo-a disfarçadamente próxima, mas aparentando deixá-la à vontade e à distância.


6. O verdadeiro cristão não sente depressão

O Dr. John White, psiquiatra, livre-docente da Universidade de Manitoba, membro de uma equipe pastoral de aconselhamento, diz: “Por mais significa- tivas que sejam as causas físicas de nossas depressões, a compreensão das Escrituras, a esperança no Deus das Escrituras e uma conscientização de que nós, seres humanos, habitamos um mundo material e físico, são da máxima importância.”


Isto não nos isenta da depressão, mas pode oferecer um recurso preventivo, bem como curativo, impor- tante ao se defrontar com o problema.


“As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as Suas misericórdias não têm fim, novas são cada manhã. Grande é a Tua fidelidade. A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto esperarei nEle. Bom é o Senhor para os que se atêm a Ele, para a alma que O busca. Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.” Lamentações 3:22-26.

Além das atitudes acima descritas, a Bíblia apresenta como Deus ajudou Elias a enfrentar uma crise depressiva (1 Reis 19), o que pode ser benéfico para nós nos dias atuais.


A crise depressiva de Elias revelou-se na sua fuga (v. 4), no desejo de morte (v. 4), no sono profundo (v. 5), no isolamento (v. 9) e no senso de que seu esforço era inútil, de que era injustiçado (v. 10) e que estava só (v. 11).


Como ajudar alguém da sua família que está deprimido


• Cultivar a paciência e ter paciência com a pessoa doente.


• Aceitar e procurar ajuda (não tenha medo de recorrer a profissionais capacitados).


• Não simular sentimentos; reconhecer as agressões e decepções, mas sem remoê- las, apenas admitindo-as.


• Elogiar a pessoa deprimida no momento em que ela se manifestar de forma não depressiva, quando está ativa.


• Estimular a pessoa deprimida para que se dedique a atividades que lhe sejam prazerosas e fáceis de realizar, sem excessos e sem benevolência demasiada.


• Planejar e ordenar as atividades diárias junto com o deprimido.


• Demonstrar sensibilidade e compreensão dentro dos limites possíveis.


O Que Deus fez por Elias?


• Providenciou água (v. 6).


• Providenciou alimento (v. 6).


• Fez Elias caminhar por 40 dias (v. 8).

A atividade física precisa ser continuada para produzir benefícios.


• Foi buscá-lo dentro da caverna (v.9)

Buscou-o onde ele estava.


•O Senhor apresenta-Se e ouve Elias (vs. 13 e 14).


• Deu-lhe uma missão que nenhum outro poderia realizar (v. 15 e 16)

Isso deu-lhe um novo senso de utilidade;


• Revelou que ele não estava sozinho (v. 18)

Mostrou para Elias que ele tinha com quem contar na hora da aflição.


O apóstolo Paulo reconhece a importância desse elemento, quando diz:


“Todavia, fizeste bem em tomar parte na minha aflição.” (Filipenses 4:14).

Muitas vezes, pensamos que o cristão deve ser um super-homem, imune a certos sentimentos. A verdade é que somos também suscetíveis a esse tipo de sofrimento, e não precisamos envergonhar-nos disso, porém, temos a oportunidade de procurar as causas e, mais ainda, temos uma ajuda que os incrédulos não têm.


Você não precisa ficar angustiado: além da assistência médica e psicológica necessária, podemos procurar Aquele que pode consolar-nos. O apóstolo Paulo compreendeu bem isso e, escrevendo aos coríntios, teve uma posição bem prática:


“Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados; perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos.” (2 Coríntios 4:8 e 9).

Ele também enfatizou que o nosso sofrimento é transitório:


“Pois tenho para mim que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” (Romanos 8:18).

O próprio Jesus declarou:


“Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.” (Mateus 5:4).

Você tem uma esperança em Deus. Experimente provar desse conforto que está à sua disposição.


“Quando vos assaltam tentações, quando vos rodeiam cuidado e perplexidade, quando, deprimidos e desanima- dos, vos achais prestes a ceder ao desespero, olhai a Jesus, e as trevas que vos envolvem dissipar-se-ão ao brilho de Sua presença. Quando o pecado luta pelo predomínio em vossa alma, e sobrecarrega a consciência, olhai ao Salvador. Sua graça é suficiente para subjugar o pecado. Que vosso grato coração, trêmulo de incerteza, volva-se para Ele. Apoderai-vos da esperança posta diante de vós.” – CBV pág. 85.

“Não devemos fazer de nós mesmos o centro, ficando ansiosos e cheios de medo quanto à nossa salvação. Tudo isso nos desvia da Fonte do poder. Entregue a Deus a tarefa de salvá-lo, e confie nEle. Fale sobre Jesus e pense nEle. Que o próprio eu se perca nEle. Abandone a dúvida; esqueça seus temores.” – Caminho a Cristo, pág. 71.


 

Estamos entendendo melhor algumas coisas.


Mas é necessário implementar novos hábitos porque as emoções estão diretamente ligadas com o nosso corpo e estilo de vida.


Como está sua caminhada diária? Está tomando água? Na hora de dormir, tá deixando o celular de lado?

 


A diferença é a oração

“A oração é a resposta para cada problema da vida. Ela nos põe em sintonia com a sabedoria divina, a qual sabe como ajustar cada coisa perfeitamente. Às vezes, deixamos de orar em certas circunstâncias porque, a nosso ver, a situação é sem esperança. Mas nada é impossível com Deus. Nada é tão emaranhado que não possa ser remediado, nenhuma relação humana é tão tensa que Deus não possa trazê-la à reconciliação e à compreensão; nenhum hábito é tão profundamente enraizado que não possa ser vencido; ninguém é tão fraco que Ele não possa tornar forte. Ninguém é tão doente que Ele não possa curar. Nenhuma mente é tão obscura que Ele não possa tornar brilhante. Se alguma coisa nos causa preocupação ou ansiedade, paremos de propagá-la e confiemos em Deus por restauração, amor e poder.” Review and Herald, 7 de outubro de 1865.



Fonte: 2 Seminário de Enriquecimento Espiritual, DSA 2017.

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