Semana passada alguém chamou minha atenção ao Salmo 84.
Ele é um dos salmos de Sião, que celebram a presença de Deus sobre Jerusalém, cidade onde foi construído Seu templo.
Sua autoria é atribuída aos filhos de Corá, que o escreveram no período de Salomão. Alguns estudiosos o dividem em 6 partes.
desejo de estar em casa, em Sião (v. 1,2);
bênção por estar em Sião (v. 3,4);
bênção aos que peregrinam a Sião (v. 5-7);
oração por Sião (v. 8,9);
alegria de estar em Sião (v. 10,11);
bênção de poder confiar em Deus (v. 12).
Ao falar de pássaros que se aninham no templo, os filhos de Corá extravasam leveza e felicidade através de sua poesia
A frase em cujo coração estão os caminhos aplanados refere-se àqueles que fazem de sua ida ao templo não uma obrigação, mas, sim, um prazer.
O vale de lágrimas, refere-se às diversas dificuldades que encontramos em nossa peregrinação pela terra. O peregrino pode, no entanto, descobrir que o vale, anteriormente assolado, tem agora fonte, chuva e tanques cheios — todos eles, sinais das bênçãos de Deus.
De força em força. Quanto mais a pessoa se aproxima do templo, mais toleráveis se tornam os rigores da viagem, porque a alegria da aproximação fortalece a alma.
O Ungido também é citado pelos filhos de Corá, porque não se podia perder a perspectiva da promessa do Libertador.
Nada da vida cotidiana do peregrino pode ser comparado a um dia adorando a Deus no templo sagrado. Por isso eles dizem, “um dia nos teus átrios é melhor do que mil”.
Ser um servo modesto na casa de Deus é mais desejável do que levar uma vida de luxo entre os que praticam a impiedade.
Tenho a impressão de que estas semanas em que nos vimos impedidos de ir ao edifício da igreja, passamos a dar mais valor ao que antes era tão comum.
Fico pensando, inclusive, como a igreja não vai cantar e louvar no primeiro sábado, quando voltarmos com a orquestra e tudo q meu temos direito!
O Salmo 84 termina da mesma forma que começou: com o termo “Senhor dos Exércitos”. Isso é o que podemos chamar de moldura, fechando o poema.
Senhor, Deus dos Exércitos é um título que transmite a transcendência, o poder e grandeza de Deus. Seus, são os exércitos angelicais, no céu. O título é complementado pela expressão Deus de Jacó, que se refere à relação de aliança que Deus estabeleceu com os patriarcas de Israel.
Ir ao templo nos dá condições de encontrar nossos irmãos, mas essa não é a principal razão do ajuntamento.
Ir ao templo nos dá a sensação de que não estamos sozinhos na jornada. Importante, mas não é a principal razão de sairmos de casa aos sábados.
Ir ao templo é a resposta a um chamado feito pelo Senhor dos Exércitos. Ele não precisa de nós. Ele não precisa de nosso louvor imperfeito, cheio de ruídos.
Deus sabe que o Céu será apreciado por aqueles que aprenderam aqui, o prazer de estar em Sua presença.
Assim, os que vão aos cultos não deveriam ir na expectativa do que a igreja estará oferecendo para eles. Antes, deveriam se preocupar com o que estão oferecendo a Deus.
Saudades do templo? Eu também.
“Ó Senhor dos Exércitos, como é feliz aquele que em ti confia!” (Salmos 84:12).
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