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Pr. Manolo Damasio

#141 | Saudades do templo



Semana passada alguém chamou minha atenção ao Salmo 84.

Ele é um dos salmos de Sião, que celebram a presença de Deus sobre Jerusalém, cidade onde foi construído Seu templo.

Sua autoria é atribuída aos filhos de Corá, que o escreveram no período de Salomão. Alguns estudiosos o dividem em 6 partes.


  1. desejo de estar em casa, em Sião (v. 1,2);

  2. bênção por estar em Sião (v. 3,4);

  3. bênção aos que peregrinam a Sião (v. 5-7);

  4. oração por Sião (v. 8,9);

  5. alegria de estar em Sião (v. 10,11);

  6. bênção de poder confiar em Deus (v. 12).


Ao falar de pássaros que se aninham no templo, os filhos de Corá extravasam leveza e felicidade através de sua poesia


A frase em cujo coração estão os caminhos aplanados refere-se àqueles que fazem de sua ida ao templo não uma obrigação, mas, sim, um prazer.


O vale de lágrimas, refere-se às diversas dificuldades que encontramos em nossa peregrinação pela terra. O peregrino pode, no entanto, descobrir que o vale, anteriormente assolado, tem agora fonte, chuva e tanques cheios — todos eles, sinais das bênçãos de Deus.


De força em força. Quanto mais a pessoa se aproxima do templo, mais toleráveis se tornam os rigores da viagem, porque a alegria da aproximação fortalece a alma.


O Ungido também é citado pelos filhos de Corá, porque não se podia perder a perspectiva da promessa do Libertador.


Nada da vida cotidiana do peregrino pode ser comparado a um dia adorando a Deus no templo sagrado. Por isso eles dizem, “um dia nos teus átrios é melhor do que mil”.


Ser um servo modesto na casa de Deus é mais desejável do que levar uma vida de luxo entre os que praticam a impiedade.


Tenho a impressão de que estas semanas em que nos vimos impedidos de ir ao edifício da igreja, passamos a dar mais valor ao que antes era tão comum.


Fico pensando, inclusive, como a igreja não vai cantar e louvar no primeiro sábado, quando voltarmos com a orquestra e tudo q meu temos direito!


O Salmo 84 termina da mesma forma que começou: com o termo “Senhor dos Exércitos”. Isso é o que podemos chamar de moldura, fechando o poema.


Senhor, Deus dos Exércitos é um título que transmite a transcendência, o poder e grandeza de Deus. Seus, são os exércitos angelicais, no céu. O título é complementado pela expressão Deus de Jacó, que se refere à relação de aliança que Deus estabeleceu com os patriarcas de Israel.


Ir ao templo nos dá condições de encontrar nossos irmãos, mas essa não é a principal razão do ajuntamento.

Ir ao templo nos dá a sensação de que não estamos sozinhos na jornada. Importante, mas não é a principal razão de sairmos de casa aos sábados.


Ir ao templo é a resposta a um chamado feito pelo Senhor dos Exércitos. Ele não precisa de nós. Ele não precisa de nosso louvor imperfeito, cheio de ruídos.


Deus sabe que o Céu será apreciado por aqueles que aprenderam aqui, o prazer de estar em Sua presença.


Assim, os que vão aos cultos não deveriam ir na expectativa do que a igreja estará oferecendo para eles. Antes, deveriam se preocupar com o que estão oferecendo a Deus.


Saudades do templo? Eu também.


“Ó Senhor dos Exércitos, como é feliz aquele que em ti confia!” (Salmos 84:12).

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