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  • Pr. Manolo Damasio

#129 Auschwitz, 75 anos depois

Updated: Apr 14, 2020


Na semana passada foi lembrado os 75 anos da libertação dos prisioneiros de Auschwitz — um dos campos de concentração e extermínio da 2ª Guerra Mundial, responsável pela morte de mais de 1 milhão e 100 mil pessoas, em sua maioria judeus.

O assim chamado, holocausto, fez parte de um grande projeto nacionalista, que defendia a superioridade de raça e tinha em seu plano de horror, a desumanização de classes, consideradas inferiores.

Andor Stern, nascido em São Paulo em 1928,

foi para a Hungria nos anos 30, quando ainda se subestimava os avanços de Hitler e não se tinha uma noção clara de suas reais intenções.

Impedido de deixar a Hungria por causa de seu passaporte brasileiro, Andor foi enviado com seus pais, avós e outros parentes à Auschwitz, na Polônia, quando tinha apenas 16 anos de idade. Ele lembra com riqueza de detalhes os dramas vividos ali.

Numa recente entrevista dada à BBC Brasil, Andor Stern, único brasileiro nato sobrevivente de Auschwitz, disse que soldados alemães zombavam das crianças ao apontar para a fumaça da chaminé dizendo: “tá vendo? Aquilo ali é a sua família!”

Ele diz que a saudade da mãe era tão grande que ele se machucava para tentar aliviar a dor de sua alma. Andor narra o horror de comer na mesma bacia esmaltada onde faziam suas necessidades, sem talheres, com mais duas ou três pessoas, mais pareciam cães. Foi difícil para ele suportar um frio de 20 graus negativos sem roupa apropriada e aguentar uma fome que quase o levou à loucura. Quando foi libertado de Auschwitz em janeiro de 1945, ele pesava 28 quilos.

Agora com 91 anos, Andor diz não conseguir deitar numa cama com lençóis limpos, tomar um banho quente, dormir e acordar no horário que ele quer, nem mesmo ir ao banheiro sem ter que pedir autorização, sem que um sentimento profundo de gratidão tome conta de seu coração. Todas essas coisas corriqueiras ganharam um novo significado depois dos horrores vividos no campo de concentração.

A 2ª Guerra Mundial causou uma grande decepção na humanidade. Depois de significativos avanços na indústria, ciência e comércio,

a humanidade, de um modo geral divorciada da igreja, não soube para onde olhar e no que se apoiar.

É assim, mais cedo ou mais tarde, os homens são obrigados a reconhecer que não há recurso ou instituição humana capaz de atender os seus anseios, nem provocar uma transformação essencial em sua natureza.

Tá mais do que provado que educação e prosperidade não conseguem mudar nossa condição. Os nossos avanços apenas evidenciam uma maldade mais requintada.

Precisamos de Alguém não afetado, de ajuda externa especializada. Alguém que possa consertar o mundo, a partir de cada pessoa. Precisamos de Um Alguém que já veio, e prometeu que voltaria.

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