Os poetas não podem ser interpretados ao pé da letra. Através de sua arte, expressam sentimentos, muitas vezes desencontrados, difíceis de serem explicados com o uso habitual das palavras.
O Salmo 73, atribuído a Asafe, é um exemplo disto e nos traz uma confissão corajosa.
Pois eu tinha inveja dos néscios, quando via a prosperidade dos ímpios (Salmos 73:3).
Mas quem foi esse poeta que escreveu tantos Salmos?
Asafe foi um levita que viveu no tempo dos reis Davi e Salomão. Seus descendentes herdaram sua habilidade musical e também foram músicos.
Depois que a arca foi trazida para Jerusalém, Asafe ficou como chefe dos músicos do tabernáculo (1 Crônicas 16:4-5). Anos mais tarde, ele esteve presente na cerimônia de inauguração do templo que Salomão construiu e conduziu os trabalhos musicais naquela cerimônia (2 Crônicas 5:12-14).
Porém, além de poeta e músico ele também era reconhecido como profeta, tendo recebido através de sonhos e visões, revelações importantes.
Nesse mesmo Salmo 73, quando reconhece o ciúme que ele tinha dos ímpios e sua insatisfação diante da aparente demora de Deus, Asafe tem uma visão especial, de um lugar especial, que desvenda esse mistério. Ele diz nos versos 16 e 17:
Quando pensava em entender isto, foi para mim muito doloroso; Até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles.
No Santuário, Deus executa o plano da redenção. Ali é revelado o destino dos homens e a consequência de suas ações.
As vezes é difícil aceitar e entender tantas injustiças, mas uma compreensão do que ocorre no santuário nos revela qual será o fim de todas as coisas.
Um dia, e esse dia está mais próximo do que nunca, Deus Se levantará de Seu trono e executará Seu juízo.
Pr. Manolo Damasio