“Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos.” (Provérbios 4:23, NTLH).
Um dos princípios cardeais da pessoa emocionalmente madura é desenvolver e viver uma filosofia de vida apropriada, seguindo um sistema de valores coerentes e bem definidos. A hipocrisia, ou seja, viver uma coisa e pregar outra, foi um dos pecados que Jesus mais combateu. A filosofia de vida deve ser funcional, significativa e ajustada à realidade da vida no meio ambiente em que você vive.
Essa vida pode ser considerada um laboratório onde Deus nos colocou para purificar a fórmula de nossa existência. Há uma obra de santificação que deve ser diária. Devemos viver esta vida com os olhos fitos na eternidade. Essa compreensão permite-nos ver esta vida como um meio para alcançar um fim e não como um fim em si mesma, como pensam aqueles que querem em meio a valores morais e sociais distorcidos encontrar todo tipo de prazer sem sentir culpa.
Devemos ter a consciência de um Deus transcendente, que faz brotar em cada um o desejo de buscar a perfeição e o infinito, o que não é possível sem a atuação desse Deus, perfeito e eterno, no ser humano. O desejo pelo que é transcendente converte-se, assim, em uma meta real, espiritual e intelectualmente alcançável; dentro do que é possível ao ser humano. “Tudo posso nAquele que fortalece.” Filipenses 4:13. O ato sobrenatural, por meio do qual reconhecemos nossas limitações e o desejo de mudança, denomina- se conversão.
Em primeiro lugar, é com as experiências que aprendemos a desenvolver uma filosofia de vida adequada e prática. Elas são um elemento importante para aprendermos a vontade de Deus para a nossa vida, por três motivos:
1. As experiências são planejadas para ensinarem-me a confiar em Deus
“Mas isso aconteceu para nos ensinar a confiar não em nós mesmos e sim em Deus...”. (2 Coríntios 1:9, BLH).
Você nunca saberá que Deus é tudo o que você precisa até que Ele seja tudo o que você tenha.
Algumas vezes, Deus simplesmente remove as estacas que nos escoram e tudo cai por terra. As coisas não acontecem da maneira como nós gostaríamos que acontecessem, porque nunca saberíamos que Deus é tudo o que precisamos até que Ele seja tudo o que temos. Deus permite experiências para ensinar-nos que Ele é digno de confiança.
2. As experiências são planejadas para edificar o nosso caráter
Nós não edificamos o nosso caráter lendo sobre o assunto. É através da experiência, quando fazemos as escolhas certas ao sermos tentados a fazer a coisa errada. Paulo afirma:
“E também nos alegramos nos sofrimentos, pois sabemos que os sofrimentos produzem a paciência, e a paciência traz a aprovação de Deus, e esta aprovação cria a esperança.” (Romanos 5:4, BLH).
O sofrimento realmente constrói o caráter em nossa vida. As experiências que estão lá, estão lá para ensinar-nos. Em Provérbios 20:30 (BLH), lemos:
“Os castigos curam a maldade da gente e melhoram o nosso caráter.”
3. As experiências são planejadas para alcançar os propósitos de Deus
Há um propósito por trás de tudo o que nos acontece. Por exemplo: Paulo, o apóstolo, foi levado como prisioneiro para Roma. Ele foi aprisionado injustamente, algemado e colocado num navio que naufragou na viagem para Roma. Depois, ele foi lançado numa prisão escura em Roma. Foi amarrado a um soldado pessoal de César, 24 horas por dia. Mesmo assim, Paulo diz, em Filipenses 1:12, BLH:
“Meus irmãos, eu quero que vocês saibam que as coisas que me aconteceram ajudaram de fato no progresso do evangelho.”
Como aproveitar melhor as experiências
1. Examine as suas experiências
“Será que a experiência de vocês não serviu para nada? Não é possível!” (Gálatas 3:4, BLH).
2. Extraia as lições que você aprende
“Pensem hoje na grandeza de Deus e naquilo que aprenderam a respeito do Seu poder e da Sua força.” (Deuteronômio 11:2, BLH).
3. Explore as experiências de outros
“As pessoas aprendem umas com as outras, assim como o ferro afia com o próprio ferro.” (Provérbios 27:17, BLH).
“Quando alguém está querendo aprender, o conselho de uma pessoa experiente vale mais do que anéis de ouro ou jóias de ouro puro.” (Provérbios 25:12, BLH).
4. Empregue as suas experiências para encorajar e ajudar pessoas
“Portanto, animem e ajudem uns aos outros, como estão fazendo agora.” (1 Tessalonicenses 5:11, BLH).
“Porque assim como tomamos parte nos sofrimentos de Cristo, assim também, por meio dEle, participamos da Sua grande ajuda. Se sofremos, é para auxiliarmos e salvar- mos vocês. Se somos ajudados, então vocês também são e recebem forças para suportar os mesmos sofrimentos que nós suportamos.” (2 Coríntios 1:5 e 6, BLH).
Regras e valores
Uma regra é uma expectativa descrita em linguagem que, de certo modo dirige nossa conduta. É qualquer expectativa que você tem de como algo deveria ser ou de como alguém deveria pensar ou se comportar.
É a partir dessas regras que formulamos nossos valores (um alvo ou propósito social que é considerado desejável por uma pessoa ou sociedade). Por exemplo: muitas pessoas têm dificuldade em conversar com pessoas que não conhecem. O que não se dão conta é de que, desde crianças, ouvimos nossos pais dizerem que não devemos falar com estranhos. A regra foi internalizada: “Não fale com estranhos.”
Os valores, ao lado das regras são os pontos de referência que servem de validação aos ditames de nossa consciência. O sistema de valores de uma pessoa geralmente reflete seu nível de maturidade emocional, qual é a sua direção, se é consistente com a sua realidade social, sua educação e idade.
Em nossa sociedade, o trabalho (a vida profissional) assumiu o principal valor. Até mesmo quando nos apresentamos, fazemos questão de dizer qual é a nossa profissão ou qual é o nosso cargo na igreja. Todavia, no Evangelho, podemos ler:
“Busca primeiro o reino de Deus e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” (Mateus 6:33).
De fato, o relacionamento com Deus, o relacionamento consigo mesmo e o relacionamento com o próximo devem ser as grandes prioridades do reino de Deus e seus principais valores. E, como resultado dessa inversão em nosso mundo, muitas pessoas têm dificuldade de compreender que sua vida relacional é mais importante que sua vida profissional.
É o trabalho e sua recompensa (o dinheiro, posição social, etc.) que devem estar a serviço de Deus, de si mesmo e do seu próximo, e não o inverso. Quando pensamos: “Estou trabalhando! Deus e os meus queridos vão entender...”, deveríamos antes lembrar-nos de que o trabalho é importante, mas, na ordem divina, os relacionamentos estão em primeiro lugar.
Quando não cumprimos as regras, a culpa é inevitável.
“O ímpio é preso por suas próprias culpas e é apanhado pelos laços do pecado.” (Provérbios 5:22, BJ).
Quando as expectativas são equivocadas alguns problemas podem surgir. Quando as regras impos- tas a si mesmo (auto-regra) são muito acima da sua capacidade de cumpri-las, isso pode gerar frustração e culpa.
“Ai de vós, também, doutores da lei, que carregais os homens com cargas difíceis de transportar...”. (Lucas 11:46).
Se criamos regras de conduta para outra pessoa ou um grupo (regras não-executáveis) sem que estes concordem com elas, podemos nos decepcionar e nos magoar.
“Diz o Senhor: Maldito é o homem que põe a sua confiança noutro homem cujo coração se afasta de Deus, que confia na natureza humana para se fortalecer. Será semelhante a um débil cacto no deserto, sem esperança de melhores dias, vivendo em extensões de terreno ensalitrado, numa zona de estéreis desertos; tempos de prosperidade foram-se de vez, para ele.” (Jeremias 17:5 e 6).
Se existe uma falha em seguir regras, por serem muito severas, a tendência é mini- mizar sua importância:
“Todas essas proibições têm a ver com coisas que se tornam inúteis depois de usadas. São apenas regras e ensinamentos que as pessoas inventam. De fato, essas regras parecem ser sábias, ao exigirem a adoração forçada dos anjos, a falsa humildade e um modo duro de tratar o corpo. Mas tudo isso não tem nenhum valor para controlar as paixões que levam à imoralidade.” (Colossenses 2:22 e 23, NTLH).
Se seguirmos a regra excessivamente, podemos caminhar para o fanatismo.
“Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?” (Eclesiastes 7:16).
Saulo era um fariseu tão zeloso que passou a matar cristãos. Era tão inflexível, que foi incapaz de desafiar sua forma de pensar, mesmo diante do testemunho de Estevão. Os cristãos eram blasfemos e deve- riam morrer conforme o que a lei preconizava. Criou sua regra e, e seu fanatismo em segui-la, fez o escritor bíblico dizer que “respirava ameaças e morte contra os discípulos.” (Atos 9:1).
Foi no encontro no caminho de Damasco que ele pode defrontar-se com o absurdo de suas regras contra os cristãos e “reescrevê-las”. O perseguidor torna-se perseguido.
“Podemos pretender provar que temos razão. Mas Deus convencer-Se-á disso?” Provérbios 5:22 (O Livro).
Desafie suas regras
• Reconheça que se sente magoado, irado, perturbado, deprimido ou sem esperança.
• Lembre-se de que se sente mal porque está tentando impor uma regra não- executável a alguém ou algum grupo, ou está tentando estabelecer regras exageradas para si.
• Confirme sua disposição em desafiar essa regra.
• Descubra sua regra ou regras não executáveis.
• Pense em esperar conseguir o que se quer, em lugar de querer conseguir o que se quer. Repare que quando você deseja ou espera que as coisas aconte- çam do jeito que quer, pensa com mais clareza e tem mais “paz”.
Ao nos depararmos com Gênesis 33:10, uma das questões que mais ressaltam aos olhos é a vívida expressão de Jacó diante do perdão recebido de Esaú.
Esses irmãos viveram separados por mais de vinte anos; no caso de Jacó, com a ameaça de receber sobre si a paga do seu erro passado, o que o impediu de ver sua mãe e seu pai pelo resto da vida. Não conseguia se perdoar por ter enganado seu pai e ter usurpado o direito de seu irmão, bem como não conseguia enfrentar a real ameaça que representava a vingança de Esaú.
Por outro lado, esse último também continuava refém de Jacó, uma vez que, por esses anos todos, ajuntou um exército e esperava apenas a oportunidade de pôr um fim à vida de seu irmão.
Na prática, ambos, ao seu modo, precisavam de perdão para prosseguir na vida. Jacó precisava se autoperdoar e receber o perdão de Esaú. Este, precisava perdoar Jacó para que, por fim, pudesse desvencilhar-se do passado.
Esse evento, mais do que o reencontro de dois irmãos, marcou distinta e profundamente a ambos, uma vez que, daquele momento em diante, não estavam mais limitados um pelo outro; poderiam realizar seu futuro sem as mágoas e os temores que os havia mantido cativos ao passado irrecuperável.
Perdão, mais do que uma obrigação constante na vida do cristão, é uma ode à vida, um ato de amor à liberdade, um ato de adoração a Deus.
Não é sem causa que Paulo menciona que:
“quem está em Cristo é uma nova criatura, as coisas antigas já se passaram, eis que tudo se fez novo”. (2 Coríntios 5:17).
Embora o contexto imediato dessa passa- gem tenha a ver com outros aspectos da vivência cristã, certamente o reconhecimento de nossas regras e valores e a necessidade de mudá-las para cumprirmos o propósito de Deus para a nossa vida é dos elementos constantes naqueles que passaram da morte para a vida.
Para desenvolver uma correta filosofia de vida cristã, a ordem da pessoa do Espírito Santo é:
“Quando vos assaltam tentações, quando vos rodeiam cuidado e perplexidade, quando, deprimidos e desanima- dos, vos achais prestes a ceder ao desespero, olhai a Jesus, e as trevas que vos envolvem dissipar-se-ão ao brilho de Sua presença. Quando o pecado luta pelo predomínio em vossa alma, e sobrecarrega a consciência, olhai ao Salvador. Sua graça é suficiente para subjugar o pecado. Que vosso grato coração, trêmulo de incerteza, volva-se para Ele. Apoderai-vos da esperança posta diante de vós.” – CBV pág. 85.
“Não devemos fazer de nós mesmos o centro, ficando ansiosos e cheios de medo quanto à nossa salvação. Tudo isso nos desvia da Fonte do poder. Entregue a Deus a tarefa de salvá-lo, e confie nEle. Fale sobre Jesus e pense nEle. Que o próprio eu se perca nEle. Abandone a dúvida; esqueça seus temores.” – Caminho a Cristo, pág. 71.
Mente, corpo e espírito. Não podemos negligenciar nenhuma dessas dimensões.
Deus quer nos restaurar por completo.
Que tal ajudarmos nesse processo com o que está ao nosso alcance?
A diferença é a oração
“A oração é a resposta para cada problema da vida. Ela nos põe em sintonia com a sabedoria divina, a qual sabe como ajustar cada coisa perfeitamente. Às vezes, deixamos de orar em certas circunstâncias porque, a nosso ver, a situação é sem esperança. Mas nada é impossível com Deus. Nada é tão emaranhado que não possa ser remediado, nenhuma relação humana é tão tensa que Deus não possa trazê-la à reconciliação e à compreensão; nenhum hábito é tão profundamente enraizado que não possa ser vencido; ninguém é tão fraco que Ele não possa tornar forte. Ninguém é tão doente que Ele não possa curar. Nenhuma mente é tão obscura que Ele não possa tornar brilhante. Se alguma coisa nos causa preocupação ou ansiedade, paremos de propagá-la e confiemos em Deus por restauração, amor e poder.” Review and Herald, 7 de outubro de 1865.
Fonte: 2 Seminário de Enriquecimento Espiritual, DSA 2017.
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