Nessa primeira semana de março de 2020 já se contabiliza, apenas na China, 2.946 mortes por COVID-19, popularmente conhecido como Corona Vírus. Fora do país asiático, o número de mortes chegou a 166.
Com o seu epicentro localizado na cidade de Hubei, no mercado público de Wuhan, o vírus já foi confirmado em 72 países, com a sua taxa de mortalidade em 3,5% na China e 1,5% fora da China. Um percentual considerado baixo comparado ao Ebola ou o H1N1, por exemplo.
Este surto, ainda não classificado como pandemia, evidencia o contexto globalizado em que vivemos e quão conectadas estão as nações, não apenas em relação à informação, mas ao fluxo nas fronteiras.
Durante o período mercantilista, no século XV, as nações europeias se lançaram ao mar em buscas de novas terras e riquezas. Já no século XVIII, as várias colônias europeias na África e Ásia proporcionaram um maior fluxo de trabalho entre os países e continentes, o que ganhou maior força no século XIX com a invenção da eletricidade, das ferrovias e dos navios à vapor. Segundo Juliana Bezerra, professora de história da PUC de São Paulo, “as distâncias encurtaram e os produtos puderam chegar nos lugares mais remotos”.
Mas, sem dúvida nenhuma, após a 2ª grande guerra e o fim da União Soviética, o mundo passaria por transformações que impulsionariam o processo de globalização numa escala até então desconhecida.
O planeta já não podia ser dividido em dois grandes blocos ideológicos. Os países já não mais impedidos pela cortina de ferro passam a adotar o liberalismo como forma de governo e o capitalismo como política econômica.
Somado a isso, a rede mundial de computadores, uma ferramenta poderosa na colonização cultural, faria com que não apenas as nações estivessem conectadas, mas também os indivíduos que a compõem.
É inegável a interdependência entre países e blocos de países, o que favorece acordos comerciais, troca de conhecimento e tecnologia. Contudo, essa mesma conexão tornou o mundo mais vulnerável.
Nas últimas semanas temos presenciado uma queda vertiginosa da bolsa de valores. Alterações no câmbio. Revisão da projeção do PIB de grandes economias. Tudo por conta de um vírus, contraído num mercado público no interior da China.
Os Estados Unidos registraram a 2ª morte essa semana. E a maioria dos casos está no estado de Washington, no noroeste do país. Naquela região, a busca de certos produtos no supermercado tem se tornado um desafio.
Houve o caso de um senhor de 61 anos, que estava de férias na Itália. Sem saber que portava o vírus, regressou para o Brasil antes dos sintomas se manifestarem. Os que estavam próximos a ele no avião. Sua família. A equipe de enfermagem que o atendeu no hospital — todos ignoravam o risco de contaminação — e agora estão sendo monitorados.
Percebe como as coisas podem mudar num estalar de dedos?
Não tenho o objetivo de despertar o pânico ou coisa do tipo. Os que estão familiarizados com as Escrituras sabem que nosso destino não será selado por questões climáticas, disputas bélicas ou uma pandemia. Isso são apenas sintomas. O evento final é outro.
A razão de eu considerar esse assunto é lembrá-lo da necessidade de usar uma lente profética ao assistir o noticiário.
Se informe. Tenha cuidado. Mas não perca a dimensão espiritual do que acontece com o mundo e com a sua própria vida.