Ouvi outro dia alguém afirmar que as pessoas não mudam. Elas são o que sempre foram. Bastaria um pouco de honestidade e chegaríamos a uma constatação: somos os mesmos de sempre. Usamos as palavras para esconder os pensamentos. Reagimos de acordo com as vantagens, buscando na maioria das vezes minimizar as perdas. A impressão é que vivemos disfarçados. Encarnando personagens politicamente corretos para vencermos na vida e não sermos julgados negativamente. Mesmo os de personalidade forte, em sua "bruta" sinceridade, podem esconder sentimentos totalmente diferentes em suas reações. Por outro lado, a filosofia de vida de Gabriela, o famoso personagem de Jorge Amado, "eu sou assim e vou morrer assim” não parece ser uma opção inteligente. Fica a pergunta: apenas o comportamento, sob estímulos externos, experimenta melhora ou o indivíduo pode ser regenerado? Minhas tentativas em ser uma pessoa melhor e os constantes fracassos nesta direção me levariam a pensar que a melhor opção é o cinismo — é assim mesmo e ponto final. Mas, não posso fingir que não aprendi nada sobre a graça de Deus e Seu poder em transformar as pessoas. Minhas recusas e fracassos não provam a ineficiência do plano divino, mas sua insistência comovente. O honesto desejo de mudança tem a mesma origem no poder de efetuar a transformação. Mas, o que somos não muda num estalar de dedos. A chance de recomeçar é imediata como o virar de uma página, todavia, a história se escreve verso por verso. Por que não jogamos a toalha? Por que não damos de ombros e deixamos pra lá? Porque já experimentamos vislumbres de uma vida melhor! E quem já provou a reconciliação por um momento não se contentaria com nada menos que isso. São momentos “mágicos” que nos fazem desejar uma eternidade nesse estado. E é exatamente nesses altos e baixos, que o amor de Deus se revela por meio de Sua bondade. Pr. Manolo
[Solus Christus, sermão #7 em 21/Out >> O que está em questão aqui não é o quanto você merece, mas o quanto você precisa.]