Tiago foi duro quando escreveu essas palavras. E na sequência ele ainda é mais incisivo ao dizer que não podemos ter mente dividida.

Ele revela que o Espírito Santo tem ciúmes de nós, nos adverte a não cedermos ao orgulho e assegura que o diabo fugirá de nós se o resistirmos (versos 4-7).

O certo é que muitas vezes a gente pede umas coisas pra Deus, que depois de algum tempo, nós mesmos chegamos a conclusão que não tinha nada a ver. E ficamos gratos porque Ele não respondeu.

Já existem outras coisas que permanecerão um mistério até o dia em que o Senhor há de revelar os Seus sagrados propósitos.

A Sra. White diz que se tivéssemos a visão de Deus, não faríamos nada de diferente.

Respeitando as devidas proporções, é como uma criança achar que tem condições de fazer todas as escolhas de sua vida.

Você deixaria uma criança de cinco anos definir a própria rotina ou dieta? Ela passaria a snack e sorvete, jogando vídeo game o dia inteiro, jamais chegando a fase adulta apropriadamente.

Um adolescente de 14 anos teria capacidade de gerir o orçamento familiar, dizendo como aplicar o dinheiro da casa?Dificilmente.

Quanto maior a experiência, maior a capacidade.

É certo que Jesus disse: “pedi e dar-se-vos-á” (Mateus 7:7).

É verdade também que Ele disse: “peçam em Meu nome” (João 14:14).

Mas isso não é um cheque em branco. Não é uma procuração com amplos poderes pra gente fazer o que bem entender. Deus não faz o papel de fiador dos nossos sonhos e caprichos.

Quanto maior a intimidade com Deus, mais acertadas serão nossas orações.

O que Tiago sustenta, é que orar sem a disposição de fazer a vontade de Deus, não passa de mera presunção.

No final de sua carta, Tiago volta a falar de oração. Ele cita um personagem emblemático do Antigo Testamento. Alguém que, segundo Eugene Peterson, “foi feito do mesmo barro que cada um de nós”.

Elias orou para não chover e não choveu. Depois orou para chover, e caiu um temporal.

A ironia é que justamente esse profeta citado por Tiago, foi quem fez uma oração depois do episódio do Carmelo, e não foi respondido.

“Eu quero morrer”, disse ele (1 Reis 19:4).

Ainda bem, tivesse Deus atendido, Elias teria perdido a carona.